Markzanins

O TrĂ¡gico do Ser

 

Conflito

O embate entre o eu e o seu

Que parte de mim é minha? 

Que parte de mim é sua? 

Há quem pertenço, se não à nós? 

 

Não quero ser seu

Quero ser meu e assim me doar à ti

Doar-te fragmentos espontâneos, mas seletivos 

Se não, não entendo quem sou

 

Livre de ti não serei

Isolamento seria viver do que crio de meu espaço oco

Preencho a vida com você

Inevitavelmente

Se não consequentemente... 

O que seria de mim?

Se é tu que me faz questionar quem sou

 

A moldura original e atemporal já existe

Mas não me enquadro nas proporções universais

Sou de outro universo

Que egoísmo...

O partilho à ti se quiserdes

Mas como o fazerei se não sou fluente em ser

 

Que pressa, o tempo sequer liga pra mim

Eu o temo e sua indiferença me angustia

Dependência emocional pela tua ilusão? 

Devo assassiná-lo, nem é crime

Matar suas alucinações é cura, não caos

 

Que idiota ele lá não sabendo se é ou se não é

Livremente confuso

Intuição paranoica

Dopa-me logo de uma verdade que se tornará incerta

Para que assim aguente até a próxima vez

 

Eu e meu alter-ego em combate 

Personalidade quebradiça

Maldição que devo aprender a tolerar 

Ser imperfeito que sou 

Maldição do peso de ser humano 

Harmonia apenas no mundo 

Pois ele sim é 

É 

Não sou