Jonas Teixeira Nery

Cumplicidade

Somos cúmplices de algo que não entendo!

Às vezes é sentimento intenso,

noutras, frieza de replicante, penumbras,

sem fluxo, extasiante, vejo espanto!

 

Olho-te no espelho, penso!

Vejo musgos, estrelas, nos meus sonhos,

Lentamente desprezo minha vontade de lutar,

nessa inconstância permanente dessa vida.

 

Impele-me o moinho visionário das minhas lembranças.

Desprezo o que não posso conquistar, entre medos.

Soturno, recordo o passado das nossas entregas,

lembro-me os momentos dos nossos desatinos.

 

Tortuoso caminho é o que fica!

Caminho que nos afasta, entre imprudências,

nesses rumores lá fora, entre olhares vagos e despedidas.

Na falta desse abrigo, sem o aconchego das tuas mãos, nada sou.

nessa caminhada, nesses desencontros, sou só abandono.