Somos cúmplices de algo que não entendo!
Às vezes é sentimento intenso,
noutras, frieza de replicante, penumbras,
sem fluxo, extasiante, vejo espanto!
Olho-te no espelho, penso!
Vejo musgos, estrelas, nos meus sonhos,
Lentamente desprezo minha vontade de lutar,
nessa inconstância permanente dessa vida.
Impele-me o moinho visionário das minhas lembranças.
Desprezo o que não posso conquistar, entre medos.
Soturno, recordo o passado das nossas entregas,
lembro-me os momentos dos nossos desatinos.
Tortuoso caminho é o que fica!
Caminho que nos afasta, entre imprudências,
nesses rumores lá fora, entre olhares vagos e despedidas.
Na falta desse abrigo, sem o aconchego das tuas mãos, nada sou.
nessa caminhada, nesses desencontros, sou só abandono.