//meuladopoetico.com/

LEIDE FREITAS

PARAÍSO

Caminhava em uma noite de luar,

Surgiu um arco-íris entre montes,

Que ligeiro tornou-se uma ponte,

E eu fui convidada a atravessar.

Caminhei sobre o arco delirante

Aportando na floresta verdejante,

E o arco retornou ao seu lugar.

 

Em cada caule antigo e exuberante

Tinha a marca indelével de uma porta,

Achei tudo aquilo muito interessante.

De repente as portas foram se abrindo,

E de dentro, devagar, foram surgindo,

Lindas jovens de asas transparentes,

Para meu contentamento e espanto.

 

Estava em uma floresta habitada

Por fadas, ninfas e seres alados,

Que ali fizeram as suas moradas.

Conheci o paraíso encantado,

Enlevada por amor, flor e magia,

Onde o bardo escreve sua poesia,

Sem ser, um instante, perturbado.

 

A luz suave do luar dancei cirandas

Entre ninfas, sátiros e belas fadas

E ficamos além da madrugada

A cantar hinos de amor e exaltação

Ao Deus deste universo encantado,

Até o primeiro raio, de sol dourado,

Aparecer entre os montes azuis.

 

Depois, todas as fadas fatigadas

Da noite, das danças e canções,

Recolheram-se ao tronco de moradas.

Como pobre mortal eu não podia,

Ser uma hóspede real de uma fada,

Por isso eu fui logo transportada,

Por um corcel alado que ali jazia.

 

Como Pegasus o corcel subiu aos céus

Voando sobre lagos e verdes montes

Parando sobre o arco-íris, ponte.

Atravessei essa ponte de magia

Voltando de uma terra bem distante,

Habitada por seres interessantes,

Que eu pensava que era fantasia.