Caminhava em uma noite de luar,
Surgiu um arco-íris entre montes,
Que ligeiro tornou-se uma ponte,
E eu fui convidada a atravessar.
Caminhei sobre o arco delirante
Aportando na floresta verdejante,
E o arco retornou ao seu lugar.
Em cada caule antigo e exuberante
Tinha a marca indelével de uma porta,
Achei tudo aquilo muito interessante.
De repente as portas foram se abrindo,
E de dentro, devagar, foram surgindo,
Lindas jovens de asas transparentes,
Para meu contentamento e espanto.
Estava em uma floresta habitada
Por fadas, ninfas e seres alados,
Que ali fizeram as suas moradas.
Conheci o paraíso encantado,
Enlevada por amor, flor e magia,
Onde o bardo escreve sua poesia,
Sem ser, um instante, perturbado.
A luz suave do luar dancei cirandas
Entre ninfas, sátiros e belas fadas
E ficamos além da madrugada
A cantar hinos de amor e exaltação
Ao Deus deste universo encantado,
Até o primeiro raio, de sol dourado,
Aparecer entre os montes azuis.
Depois, todas as fadas fatigadas
Da noite, das danças e canções,
Recolheram-se ao tronco de moradas.
Como pobre mortal eu não podia,
Ser uma hóspede real de uma fada,
Por isso eu fui logo transportada,
Por um corcel alado que ali jazia.
Como Pegasus o corcel subiu aos céus
Voando sobre lagos e verdes montes
Parando sobre o arco-íris, ponte.
Atravessei essa ponte de magia
Voltando de uma terra bem distante,
Habitada por seres interessantes,
Que eu pensava que era fantasia.