Olhar faminto...
Ela tinha fome no olhar
E eu, para lhe dar, pouco tinha
Tantos pratos para servir
E ela de pé, quase não se mantinha
Sua carência latente, tocava
A mais triste melodia, eu sabia
Toda aquela algazarra
Devia-se a um teatro vazio
Onde ninguém a assistia…
Tantos passarinhos, grande a fome
Abro espaços no ninho
Mas, aquela ave pequenina, consumia-me
Vejo-me nela, entendo
Falta-lhe um pouco de afeto…
Esta fome, um dia foi minha...