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Ema Machado

Olhar faminto...

Olhar faminto...

 

Ela tinha fome no olhar

E eu, para lhe dar, pouco tinha

Tantos pratos para servir 

E ela de pé, quase não se mantinha

Sua carência latente, tocava

A mais triste melodia, eu sabia

Toda aquela algazarra

Devia-se a um teatro vazio

Onde ninguém a assistia…

Tantos passarinhos, grande a fome

Abro espaços no ninho

Mas, aquela ave pequenina, consumia-me

Vejo-me nela, entendo

Falta-lhe um pouco de afeto…

Esta fome, um dia foi minha...