Elfrans Silva
O POETA CARRANCUDO
Na melhor concepção, Poeta de coração
Se alinha á cultura
Verseja de coração, por amor, educação
Não perde a compostura
Se falta inspiração, recolhe logo a mão
E evita ruptura
Tem admiração, pelo escrito com paixão
E não texto de amargura
O poeta carrancudo, é igual peixe cascudo
Presa fácil no engodo
Anti Deus e todo mundo imerge até o fundo
E alimenta-se de lodo
Ora paga de bocudo, ora finge surdo-mudo
Exala bafo de Komodo
Maldoso, iracundo, consegue num segundo
Ajuntar outros, à rodo
Sem afeto e malícia, pratica a injustiça
Semeando sua peste
Mira com estultícia, sem senso e preguiça
Como fosse no Oeste
Sua bala é pegadiça, recheada de carniça
Pistoleiro cafajeste
Um lobo que enfeitiça, o rebanho enfermiça
De ovelha se transveste
Desprovido de humor, com ares de sofredor
De ninguém se apiéda
Finge que sente amor e com versos de rancor
No poema o mal hospeda
Pelo modo de compor é somente um invasor
Que caiu de para-quedas
Qual leite sem frescor, se arrefece no calor
Dura pouco e logo azeda
Um poeta de verdade, preserva a amizade
Pelo grupo onde vive
Com prazer e lealdade respeita por bondade
O simplório, inclusive
Poetisa com vontade pra trazer felicidade
Com poemas que incentive
Adere a caridade ao mostrar maturidade
Com aqueles que convive
Se te falta conteúdo, e for falta de estudo
Aconselho-te amigo
Humildade sobretudo, pois o jeito de sisudo
Só conquista inimigo
Trocando em miúdo, o trovante carrancudo,
Como diz o verso antigo:
O Pai no fim do mundo cava o solo profundo
Pra tirar o joio do trigo