Às vezes o poeta parece um ser
vindo de outro planeta,aqui caiu.
De amor fala, até parece sofrer
lágrimas caem_ lhe dos olhos,tão verossimeis!
Ao falar de amores impossíveis
toca na tecla do amor interdito.
Decretou_ se que amor interdito
é aquele que não for correspondido.
E o poeta nem se deu conta! Não leu!
Podemos de nossa sombra nos livrar?
Pois o amor é como nossa sombra.
Dela ninguém quer,nem vai abdicar.
Falar de amor num país de sombras
parece até despropósito e nos assombra .
Arrenquemos as vendas dos olhos.
Mas,continuemos com nossas máscaras!
Não entremos no jogo de faz_ de_ conta!
Descortinemos o real para os iludidos.
Vivemos num país desmantelado,a\' deriva.
Povo morrendo de fome,comendo lixo,
calado,nunca tiveram vez nem voz
\"Autoridades\" fazendo desmonte da Arte,da Cultura e da Educação.
E nós,calados! Quem cala consente?
Desacreditam a Ciência,se auto_condecoram.Expurgam os que têm sapiência e luz própria mas,não são do \" grupinho\".
E não há verba para os pobres!
O dinheiro dos nossos impostos? Vai para a quadrilha do Centrão e para os
amigos do mito
Respeito a\' Constituição?
É piada! Toda hora ela é vilipendiada,\" emendada\".
Falar de Amor ,de Poesia em um país tão vergonhoso,parece algo enganoso.
Faço um mea_ culpa honroso.
Sinto_ me culpada pela inação.
Estou usando esta plataforma poética para aliviar_me a culpa.
Quem cala consente?
Maria Dorta. 25_11-2021