Entro no chuveiro
Ligo a torneira
Sinto uma dor no peito
Uma dor ligeira
Pego no champô
Levo as mãos à cabeça
Mas que complô
Que se fez hoje nesta mesa
Tomo um banho
De imersão
Tão estranho
Parece que acalma o coração
É tão bom
Estar coberto de espuma
E não ter um plano secreto de fuga
É tao bom ter algodão
Nos ouvidos
E assim abraçar a solidão
Em todos os sentidos
Deixo o meu corpo se afundar
E peço socorro no fundo desse mar
Tiraram-me o chão
Deixaram-me sem nada
Botaram o meu coração
Entre a espada e a parede
Tiraram-me o chão
Deixaram-me sem nada
Botaram o meu coração
Entre a espada e a parede
A água ferve
A tensão aumenta
O meu corpo geme de dor
Serei eu predador e ela, a presa?
Não prometo não chorar
Já tenho lágrimas nos olhos
Que não pretendem mais me largar
Fecho os olhos
Levanto a cabeça
Procuro pelo teu corpo
Mas nem sinal da sua presença
Abro os olhos
Tiro a válvula, cubro-me com uma toalha
Os tripulantes chegam com reforços
É tao bom ter algodão
Nos ouvidos
E assim abraçar a solidão
Em todos os sentidos
Deixo o meu corpo se afundar
E peço socorro no fundo desse mar
Tiraram-me o chão
Deixaram-me sem nada
Botaram o meu coração
Entre a espada e a parede
Tiraram-me o chão
Deixaram-me sem nada
Botaram o meu coração
Entre a espada e a parede
É tão bom ter algodão
Nos ouvidos
E assim abraçar a solidão
Em todos os sentidos
Deixo o meu corpo se afundar
E peço socorro no fundo desse mar
Tiraram-me o chão
Deixaram-me sem nada
Botaram o meu coração
Entre a espada e a parede
Tiraram-me o chão
Deixaram-me sem nada
Botaram o meu coração
Entre a espada e a parede
Tiraram-me o chão
Deixaram-me sem nada
Botaram o meu coração
Entre a espada e a parede
Tiraram-me o chão
Deixaram-me sem nada
Botaram o meu coração
Entre a espada e a parede
Tiraram-me o chão
Deixaram-me sem nada
Botaram o meu coração
Entre a espada e a parede
Tiraram-me o chão
Deixaram-me sem nada
Botaram o meu coração
Entre a espada e a parede
Tiraram-me o chão