É bem tardinha, o azul baço e tristonho
Diz-me que o pôr do sol, hoje, abortou
A vespertina glória à qual me ponho
A ouvir do coração o que lhe restou
De tantos sentimentos em que um sonho
Entreteve no palco o ator que ousou
Interpretar em mim um ser risonho...
E assim o coração mudo ficou...
E o pôr do sol tão triste, na tardinha,
Reverbera em minh’ alma, coitadinha,
Sentimentos de frustra expectação,
Por hoje, só lhe resta a confiança
De que outro amanhã e o sol trarão
Um poente falante de esperança.