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Carlos Lucena

IDADE

IDADE

Tenho a idade
Que sente tudo de perto
E que tudo  não importa
Mesmo que alguma coisa
Seja chamada de feia
E que dentro do padrão não comporta.
Tenho a idade
Em que ter fé 
Não é mais importante
Mas também não é importante duvidar da fé alheia.
Tenho a idade
Em que o importante
É fazer dos
acasos
Casos
E das certezas
O inesperado.
Tenho a idade
Em que a ordem imputada
Está vencida
E que a lincença
É lei ultrapassada
E prescrita.
Não postergo
Nem antecipo nada. 
Não fico mais de joelhos
Porque o tempo me deu asas.
Não preciso de referências
Estão em mim todas as essências
Todas as Ciências
Consciências.
Vôo sem precisar dos ares
E navego mesmo na ausência dos mares!