É verdade e todo o mundo sabe
Que treme a terra em desafio
Ao total desequilíbrio
Que o homem causa em seu seio.
Depois vem o som da terra,
Cujo tremor desafia a morte
E mata aqueles cuja sorte
Têm de morar em zona de perigo,
Nos montes,
Nos vales e ribanceiras.
O homem quer explorar a terra
E em sua fúria cega está começando a fatigá-la,
Na tentativa de domá-la.
Mudando as forças bravias da natureza.
O homem tenta modificar a face da terra,
Mudar a face das serras,
Açudes e pântanos aterram.
Para aumentar os desafios,
Desviam os cursos dos rios,
Aumentam as águas do mar,
Mas no fim o que o homem consegue
É a revolta da terra.
E sua resposta é certa
Não entende quem não quer.
Terremotos,
Maremotos,
Vulcões em erupção.
Queimadas intensas
Com imensas florestas destruídas
Ficando a terra sem vida.
A terra está sufocada,
Mal amada,
Não aguenta mais tanta ingratidão,
Tantas misérias em seu chão,
Tantas injustiças cometidas
Em nome do poder e da honra.
Na verdade é uma desonra,
O que os homens fazem na terra.
Ninguém pensa em seu equilíbrio,
Ninguém pensa em sua pureza,
Ninguém pensa em sua riqueza
E se pensa é com a intenção de explorá-la,
De maltratá-la,
De enriquecer as suas custas,
E deixá-la exposta e nua
Às tempestades,
Às queimadas,
Às enxurradas,
Aos terremotos,
Aos maremotos,
A poluição.
A terra está sendo sufocada,
Envenenada
Com gases e outros produtos,
Envenenam o ar,
Envenenam o solo e o mar,
O que restou para envenenar?
Nada.
Agora só resta aos homens fazer o contrário
Do contrário,
Respeitar,
Conservar e purificar a terra,
Do contrário ela sucumbirá
E era uma vez um “Planeta Azul”.