é como se...
eu não existisse mais
o que restou foi apenas uma carcaça oca por dentro
que constantemente é esmagada e espancada pelas lembranças e devaneios que nem chegaram a acontecer
na vastidão dentro do meu peito existe uma fogueira, de animo dobre
há dias que ela ruge tão forte que seu calor queima de dentro pra fora
essa chama que me consome surge por vários motivos
e ultimamente o principal é você...
há dias em que a fogueira mais se parece com uma faísca
deixado todo interior, que no dia anterior foi carvão, hoje, frio como gelo
e a faísca, assim como a chama, tem seus fundamentos
e ultimamente o principal é você...
você...
que me prendeu em uma montanha russa de sentimentos que passa constantemente pelos extremos, repulsa e desejo
infelizmente ela n desse tão fundo a ponto da repulsa se tornar constante
mas sobe tão alto que consigo ver a órbita da terra, a lua e todas estrelas
quilômetros luz de mim
que apesar de poder apreciá-las não posso toca-las
assim como você...
você...
que fisicamente se encontra ao meu lado, mas sua indiferença te coloca distante, e de lá, ela atira em minha direção
tiros que me acertam no peito e na face mas não me matam
a dor me consome porém o ar ainda passa pelas minha narinas se tornado um combustível para a fogueira que queima ainda mais
então eu me pergunto
por que você não vai? se casa com quem você não ama, se muda para a cidade que ama, com um emprego satisfatório e uma vida controlada?
e me deixa seguir a minha, que hoje gira envolta de ti
por favor, vai!
queria muito te pedir para ir me esquecer, mas não é possível... como se esquece de alguém que nunca lembrou?
e quando for, eu te peço, apesar do meu eu ser nada pra ti, eu te peço, leva contigo o desejo que sinto por ti e jogue agua na fogueira, pra que nem a faísca sobreviva
e eu espero que lá você seja feliz com a vida que sonhou