Arlindo Nogueira

LINGUAGEM VISUAL

Pelo espaço entre artes concretistas

Perco a vista pela imensidão do mar

Ondas rolam origem da própria água

Como lágrimas rolando do meu olhar

 

Aquelas correm dissolvendo na areia

Onde a sereia recosta ali seu encanto

Estas deslizam pelo rosto, indefinidas

Resumidas dum amor que virou pranto

 

As aves revoam nos refluxos da maré

Parangolé das asas que vão se abrindo

São penetráveis através dos labirintos

Que deferindo na alma diz o que sinto

 

Vejo o mastro de um barco a tremular

Expressão visual um abismo de pendor

Cai dos meus olhos um marejo fugidio

Do vazio que sinto da sereia meu amor

 

Mar imagético da nossa expressividade

Sensibilidade palmilhando sobre águas

E no olhar ensombrecido nessa imagem

Há linguagem da alma sobre as lagrimas