LEIDE FREITAS

O MAR E EU

 

Hoje o mar amanheceu em calmaria

Desafiando as ondas a ficarem quietas,

Cuja mansa maré lambe a praia deserta,

Tão deserta como a alma minha.

 

Contemplo o mar depois em louca fúria

Com suas brancas espumas e turvas águas,

Tão turvas como as minhas mágoas,

Que em meu peito se estende e me anestesia.

 

Águas que beijam a areia da praia dolorida,

Tão infinita quanto à luz do meu olhar,

Tão infinita quanto a dor do mar

Que chora suas águas poluídas.