Hébron
Despertar da ilusão
o meu teto serenava,
ainda assim eu amava!
quando chove, sou alma lavada!
o relento é uma companhia fria
que insiste em me acompanhar
diz ele ser o que me restava
mas o chão também nunca me abandonou
o sol continua sendo para todos
e o luar não me é romântico...
sei lá o que seja romantismo!
não sei o que seja ético, humanismo,
um movimento poético, poemismo...
as estrelas são pontos de sonhos...
olho uma a uma, confiando na sua infinitude
quando a minha visão não está turva, vejo
e a abóboda que ornamenta o mundo
quando não está turva, vejo
às vezes, o sono da minha vigília é muito profundo
prefiro o despertar da minha ilusão
uma ilusão que não conhece injustiça...
as estrelas são pontos de sonhos...
olho, uma a uma, como se caminhasse até elas
e em cada passo tenho uma viagem
com estradas e o horizonte que eu mesmo desenho.
e me dão uma saciedade essas viagens...
uma saciedade que me nutre na caminhada
e vou catando as migalhas de mim
para ver se me faço inteiro
fazendo-me luz de candeeiro...
no meu lar não conheço desespero
sei lá o que seja romantismo!
mas na minha história a letra pulsa
como o meu coração ao contar estrelas...