O quanto perdi ,
Iludido, na busca de poder
Conquistar o mundo:
Os mais preciosos
Tesouros conseguir
No turbilhão
De desenfreada ambição!
Que devaneio, buscar alhures ,
O que tinha perto.
E no meu delírio de grandeza
Me fiz deserto.
Deserto de sentimentos e emoção;
Desertos a alma, o peito, e prenhe o coração
Da ânsia por riqueza.
Quando dei por mim, peito a ilusões aberto,
No afã de muito querer e ter ,
No retorno da bússola ao quadrante,
As areias do deserto
Cobriram esse errante
Beduino, da caravana do viver.
Bem sei, errei no compasso
Os passos,
E dei de cara com a rota
Do fracasso,
Buscando aquilo
Que facultava ser um tesouro,
E que resultou em ouro de tolo.
As areias do deserto,
Na ampulheta escoando,
Apontaram o rumo
Do verdadeiro tesouro:
-- Mãe, abre a porta.
Recebe o filho ingrato,
Que agora está de volta!