Nelson de Medeiros

CONFISSÕES AO MAR

CONFISSÕES AO MAR 

Escuta ó mar azul sem dimensão,
Toda a dor da amargura que me assiste:
Jamais  aqui eu voltarei tão triste;
Ouça, pois, o que diz meu coração:
 
Naquela tarde prenhe de  emoção,
Tu foste a  testemunha e tudo viste:
Vate, Musa  e a Paixão que não resiste
Ao  momento divino  da  atração!
 
Um ponto de magia! Um segundo
Que juntou num instante antigas sanhas
Estancando o tempo e o espaço do mundo!
 
Mas a musa se foi pelas montanhas
Mar azul... Resta um pélago profundo
Que inda carcome do vate as entranhas!