Não há mais sorrisos
Na boca do sol ardente
Segue sua labuta
A queimar inclemente
Em manhãs agora cálidas
Paira mormaço, o inferno latente
Almas incautas, seguem urgentes
Cedem vencidos, à rotina massante
A vida, torna-se avultante
Há uma horda no tempo
Chora, ouve o clamor da terra
Lágrimas de sangue, de sal, de lama
Não há estanque
Estrelas fogem, o luar se esconde
Esnoba-se semi-aparente
Tempos coléricos
Engolem o dia, o homem
Em sua labuta incessante
Até o momento em que pare, sem lar
A clamar o passado indefectível
Quem o ouvirá?
Ema Machado.