Jonas Teixeira Nery

Anoiteceu

Havia já anoitecido.

Ainda assim, amargurado

solapava a paixão do jovem, quase adulto,

na comiseração do quarto em luto.

 

Ternamente tudo se assumira.

Era corpo de donzela o que vivia,

acalentando a solidão desconforme.

 

Não era noite que acontecia!

Era dia claro que se escondia!

Daquela casa, um quarto só

exalava tudo, até sonhos errantes.

 

Tanto amor já não cabia!

A dor assumida se rendia.

Na ilusão tácita, incontida,

sobejada de tanta nostalgia.

 

Não era nada, só vida sem esperança!

A tudo um sono só bastava.

Era sonho, sonhado em tarde quente.

Era motivo apenas, simplesmente.