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Nelson de Medeiros

BUQUÊ DE ROSAS

BUQUÊ DE ROSAS

 
No corredor do velho santuário,
Com rosas no braço e terço na mão,
Passou por mim, qual fosse ficção,
Minha musa rezando o seu rosário!
 
Sua presença era o próprio cenário;
Com gesto leve e terno de oração
Fez calar a descrente multidão,
E encheu de luz o velho campanário!
 
Mas, o desejo me chegou ao vê-la...
Quem dera  pudesse tão rara estrela,
Voltar ao céu da minha solidão!
 
Não pude me conter; rolou-me o pranto,
Pois, fora um dia, todo o meu encanto,
Aquela noiva de  buquê na mão!

Nelson de Medeiros

05/2001