Um dia estava vazio
Sem palavras, sem verso
Outro dia a luz apenas me acalmava
Um dia ainda sem alívio
Riscando as paredes, dias eu contava
Nas paredes do cárcere perverso
Um dia outro, frio
Sufocado em letras, nas submersões
Desespero por uma estrofe da alma
Mais um dia sombrio
Um poeta carente, ainda sonhava
Mesmo sob ferro de grades e grilhões
São dias de espera
Inanição da rima, fome
Fome de criação que consome
Inspiração vaga, desdenhosa
Não abandone este bardo em prosa
Dê-lhe a chave da cela