Jucklin Celestino Filho

O PODER DAS MÃOS

 

 

A mão que balança o berço ,

Também maneja a caneta;

A mão que oferece flores,

Também dá bofetadas;

A mão que assina o indulto,

Também assina a sentença!

Há mãos bondosas, que plantam

E colhem e oferecem

Frutos de bondade;

Há mãos maldosas ,

Na semeadura da maldade:

Não plantam, não colhem,

Destroem o que está plantado;

Onde quer que ponham as mãos,

Espalham calamidades.

 

Mas há outras mãos: as mãos santas,

Que balançam o berço,

Acalantam o filho;

Mãos que se multiplicam em carinho

Para todos os seus.

Sequer, em nenhum instante,

Negam afeto a nenhum deles.

Entrentato, há \" tantas mães chorando

Pelos cantos,

Deram tanto,

E não receberam nada \".

Fizeram do pranto,

O canto,

Na dor,

Plantaram uma flor

Ao estenderem o lenço branco

Na despedida, fingindo sorrirem

Mas por dentro, estavam a chorar.

 

Mães que tanto acariciaram os filhos,

Que nunca lhes faltaram na alegria

E na tristeza, na saúde e na doença ,

E algumas abandonadas foram,

Inda assim, ofertam o perdão :

Estão sempre dispostas a acariciar,

Estendidas as mãos

No aguardo que filhos ingratos ,

Retornem ao lar

Que abandonaram

E elas os receba de braços

Abertos, para o tão esperado amplexo !