Num plano afastado, caminho.
A sonolência vai-se aportando.
Vejo os transeuntes e, sozinho,
Me imagino nas vidas, sonhando.
Pinto o céu do azul que não vejo.
Sinto o calor de uma mão alheia.
Ouço o mar que num desejo,
Me leva a passear na areia.
Ah, que pesar da alma!
Que mágoa do meu coração!
Poder ser eu aquilo tudo,
Mas ser meu de antemão.
Volto ao meu trajeto, cansado
De tanta euforia lamentosa.
Os astros avultam ao olhado
E Ártemis canta, chorosa.