João Jorge o Poeta Sorridente

OS CACHAMORREIROS DE SÃO BRÁS

 

“OS CACHAMORREIROS DE SÃO BRÁS”

 

Música: Sérgio Reis

Letra de: João Jorge o poeta São-brasense

 

 

 

São Brás era Aldeia

Num tempo passado

E uma guerra feia

Estava aqui ao lado

 

 

Com um Nobre inglês

Que p’rá guerra vivia

Só que desta vez

Encontro’uma utopia

 

 

Nesta Nossa Aldeia

De moços marfados

Foi muito má ideia

Serem intimidados…

 

 

E esses invasores

Vindos de Inglaterra

Queriam ser senhores

Desta nossa Terra

 

 

Estiveram em Faro

Onde saquearam

Os bens nacionais

E a cidade queimaram

 

 

Souberam que a norte

Existia uma aldeia

Onde pensavam ter sorte

Mas foi má a ideia…

 

 

Pois cá encontraram

Os rapazes solteiros

Que apelidaram

De cachamorreiros

 

 

Da Terra gostavam

Os bravos rapazes

Quando se enleavam

Àvara eram ases

 

 

Nossos Ancestrais

Que eram bons Cristãos

Não fizeram mais

Que estender as mãos…

 

 

Mas com cachamorras

Foices e martelos

E mais outras porras

Foram-se aos marmelos

 

 

Foi de três em pipa

Bordoada p’ra cima

Daquela que irrita

Quando se lhe arrima

 

 

Os bifes branquinhos

Montando jumentos

Viram-se negrinhos

Com tais tratamentos…

 

 

Já tinham roubado

Uma boa parte

Do nosso Património

De engenho e arte

 

 

Não se contentando

E com farta inveja

Foram atiçando

Fogo à nossa Igreja

 

 

Os rapazes solteiros

Unidos como um só

Com paus de marmeleiros

Arriaram sem dó…

 

 

Com tal receção

Os bifes coitados

Voltaram ao sertão

Pulando valados

 

 

Deixando os haveres

Produto do saque

Fugiram p´ra longe

Donde a moca bate

 

 

Pelo mato fora

Sem olhar p’ra trás

Fugiram outrora

Da nossa S. Brás

 

 

Pelo mato fora

Sem olhar p’ra trás

Fugiram outrora

Da nossa S. Brás…