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Zaira Belintani

UM LIVRO ABERTO

Páginas, como eu gostaria de mantê-las
brancas e limpas, a salvo de rascunho,
para poder grafar de meu próprio punho
todas as histórias que me fossem belas,

pontuando fatos em um vivo texto.
Ilusão! Pois sobre tantas linhas certas,
eu garatujo as minhas tramas mais modestas,  
de ideias presas sob o meu contexto.

Sábio seria sobre a areia escrever,
deixando as letras seguirem com o vento,
repaginando-se num poema concreto,

onde as memórias, sobre si, ao discorrer
livres das amarras do meu pensamento,
reinariam nas folhas de um livro aberto.