A casa fica sempre a espera
Uma sentinela à espreita
Olhos em desalento captam o vazio nela
Memórias, fantasmas, vez ou outra assombram
A cada passagem, deixam apenas
Vestígios de suas passagens
Lentamente, o tempo os leva
Talvez, a uma estação distante…
Braços pendem, a cama já não cansa
O vento não mais assopra
Nosso passado, não mais me alcança
E o vazio, de visitante, torna-se amante
Ouço agora um coração compassado
Deixa-se ouvir, nenhum som o tem ofuscado
Apenas a alma flutua, aprecia-se
No vazio alado...
Ema Machado