Os braços em cruz estendidos,
Olhos no horizonte perdidos,
Caminha o povo para o calvário.
Refém da fome, da dor e privação,
Carrega sua cruz da aflição!
Tem saudade do passado,
Quando era feliz e não sabia.
Se não tinha fartura,
Também não passava fome.
Não faltava emprego ao homem.
Os braços em cruz estendidos,
Caminha o povo para o calvário,
Um cortejo esfomeado de velhos,
Adultos e pobres crianças :
Sem fé, sem esperança.
Sem trabalho, o homem se avilta,
Se maltrata, se irrita,
Por não poder levar o pão
Para alimentar a familia,
Fazer pelo menos, um refeição por dia.
Quer acima de tudo, a dignidade
Do emprego, não se sentir uma nulidade!
Quer ver sua família amparada.
Quer o que tem direto:Trabalho!
Não que se sentir um rebotalho!
Os braços em cruz estendidos,
Olhos no horizonte perdidos,
Caminha o povo para o calvário...
Até o dia, da redenção, sem tardança.
Depois da tempestade, vem a bonança.
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