Jose Fernando Pinto

Somos todos um

Somos todos um

 

Às vezes apreciando o pôr do sol, me sinto só, nada contra a solidão, apenas um momento de solitude, é quando minha atitude é pensar além do meu próprio ego, é quando deixo de ser cego para enxergar melhor o mundo, num mergulho profundo do pensamento humano.

 

Nesses momentos eu sou soberano, mas não como um rei qualquer, soberano como um ser, homem ou mulher, adulto, ancião ou criança, o céu, o mar, a terra, a esperança. É o momento de perceber que nesse mundo, soberano como um ser é entender que somos todos um!

 

É quando olho um passarinho, que voa em bando ou voa sozinho complementa a natureza, ele empresta sua beleza para o quadro geral. Quando passeio num jardim, sinto que parte de mim está em cada flor, em cada folha que cai e com o vento vai mundo afora viajar, se posso ser uma flor, eu posso sentir o amor na sua mais perfeita definição.

 

É quando ouço uma canção, meu corpo insiste em dançar, e mesmo preso num lugar, sinto-me livre como o mar, nas ondas marinhas, no brilho das estrelinhas, na beleza do luar. Estou integrado a natureza, e muito além da beleza devo cultivar a empatia, tentar enxergar a poesia em tudo aquilo que nos cerca.

 

É quando me vejo numa floresta, privado da tecnologia, mas vivenciando a magia no sentido pleno, exposto ao sol, chuva e sereno como o indiozinho que vivia feliz, pintava o corpo, um novo matiz, e expressava a pureza, o quadro da natureza na tinta do urucum, afirmando de forma singela que o mundo é uma tela e eu, você, os índios e todos que nos cercam, somos todos um!

 

Jose Fernando Pinto