MANAUS À PRIMEIRA VISTA
Eras assustadora e linda
De luz e beleza encantada
No riso de uma boa vinda
Renascida na madrugada
E assim pude sentir seu cheiro
Saboroso aroma da mata
Misturado ao brilho altaneiro
Da firmeza que te arrebata
Aportando em seu porto firme
De ferro flutuando n’água
Já não sei se irás tu ferir-me
Ou se vais sarar minha mágoa
Tive medo da sua grandeza
Inevitável insegurança
Que se desfez com a certeza
Tomando lugar a esperança
E te abracei assim por inteiro
Com força insana e apaixonado
Na alvorada do dia primeiro
Na alegria do teu bailado
Sonho contigo em minha insônia
Lembrando da sua rica história
Teatro enfeitado da Amazônia
Porto de lenha da memória
No encontro das tuas águas sigo
Na nobreza de Ajuricaba
Morada do sol e abrigo
Acolhido em sua grande taba
Manaus, vizinha bem chegada
Que aceita e abraça como irmão
Gente do norte misturada
Da amazônida nação
Teu distrito de sonho e chance
Zona franca de boa saudade
Ponte imaginária e alcance
Para a nossa prosperidade
Na música das tuas toadas
Se trabalha e o sonho se alcança
Em tuas manhãs ensolaradas
Manaus, capital da esperança.