APENAS UM OLHAR
Foi numa tarde assim ensolarada,
Que o meu olhar e o dela se cruzaram...
De pronto, corpo e alma se aguçaram
E eu vi minha metade idealizada!
Então eu percebi, vindo do nada,
Recordações que em fleches me chegavam...
Sem pejo meus sentidos se afloravam,
E eu senti me vendo amante e ela amada!
Sensação que me segue pela vida,
E talvez por viver pensando nela,
Nunca mais fiquei tão arrebatado!
Mas, foi erro a tanto elã dar guarida...
Antes, o fortuito olhar -meu e dela-
Não tivessem na tarde se cruzado!
Nelson de Medeiros