No início...
Rio indômito, para você me fiz o lago
Sem saber, que corria para o mar
Ao mergulhar perdi o doce, sem teus afagos
Hoje, bebo sal cultivado em meu olhar...
No deserto...
A sede de tua boca é tanta
Que nenhuma outra senti
Tê-lo, ainda que na memória encanta
És mar de desejo a correr em mim...
No fim...
Bebo, embriago-me em tua imagem
No deserto da saudade, onde o encontro
És oásis que persigo, és miragem...
Ema Machado