Italo Santos

O Travesseiro

Quantos há que jacentes ficam,

mirando lugar nenhum,

às quatro da antemanhã,

sentindo dores, fortes,

taciturnos,

permitindo-se lágrimas para não explodir.

Insones.

Sem saber explicar.

Quando o travesseiro é o único que ajuda:

Para o rosto enterrar

(a pseudossensação de sumir)

Para gritos abafar

(quando soluços ameaçarem)

Para o melhor dos abraços simular

na esperança de que,

quando o sono chegue,

venha tudo debelar.