Eu queria ser um pirilampo, voar por aí e iluminar todo canto, ser luz na escuridão, apontar caminhos e direção, aos que estão sozinhos ou na contramão. Sim, pode parecer bobagem, mas feche os olhos e foque na imagem, naquela que vem na mente, o dia amanhecendo, o sol de repente com sua luz sorridente iluminando a vida.
Eu queria ser um pirilampo, um vaga lume a divagar na noite escura, sem medo ou frescura, apenas aproveitando a madrugada. Um pirilampo voando antes da passarinhada, rompendo o silêncio que anuncia a alvorada.
Eu queria ser um pirilampo, alguns poderão achar que é loucura, outros que eu não tenho mais o que fazer, mas se eu fosse um vaga-lume, no meu tempo de sobra eu iria incandescer, como estrela cadente, surgir de repente e enfeitar o anoitecer.
Ah se eu fosse um pirilampo, voando e brilhando feito magia, iluminando florestas em busca de poesia, fazendo junto das flores um eterno quadro de cores, moldura para a utopia. Mas se não sou vaga-lume, vou escrever uns versos, se não posso incandescer e brilhar feito magia, nas minhas rimas despojadas, eu brinco com as palavras e costuro minhas fantasias.
Jose Fernando Pinto