Tha

Fogo

Os fios de cabelo vermelho no travesseiro 

Era a primeira coisa que via ao abrir os olhos 

E uma mulher incrível acordava  Colocava os pés no chão gelado 

Mas sua alma era quente   

Crescer é apanhar até não aguentar

A brasa apagada não apaga a memória do calor 

Ao piscar os olhos

Um por um era tomado pelas chamas

E ela gostava disso

Vê-los arder de desejo 

Soprando a brasa que permanecia viva

O alimento do ego perfeito

A displicência do pudor  

Até acordar e ver fios pretos 

Colocar os pés no chão gelado 

E se apagar 

Procurar o fogo dentro de si e não achar

Ninguém mais sopra a brasa

Não é dever de ninguém fazê-lo

Tarde demais