... poeta do cerrado ... © Luciano Spagnol

DESPEDAÇADO

Vejo os cacos de mim, cá derramado no cerrado

Enrabichado, me perdi, nem mais sei quem sou

Na poesia, o pesar é vivo, e se vivo ainda estou

Me restou o sentimento no pedaço despedaçado

 

É o desejo quebrado, e uma solidão tão gigante

O meu sussurrar de paixão não pode ser ouvido

São tantos suspiros que no coração foi perdido

Que a inspiração emudece numa aflição falante

 

Oh, sedutor amor, custoso, se acaso você existe

Dá-me a paciência e a tranquilidade dum aporte

Pois, cá na emoção me esgotei de estar tão triste

 

E do viver, a melancolia é o meu pesado motivo

Frágil, manso, suxo e duma ilusão não tão forte

Sou só um poeta sonhador que do amor é cativo

 

© Luciano Spagnol poeta do cerrado

02 outubro, 2021, 05’27” – Araguari, MG

 

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Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol

 

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