Entre o exercício da escrita,
e o escoar da rima,
o encantamento, então, edita,
o que a inspiração estima.
Assim, a letra conjuga,
criando um clima,
no que a voz enxuga,
e o versejar anima.
Faz da sílaba um adereço,
num ajuntamento da caligrafia,
para que a harmonia tenha o endereço,
no transudar da sinfonia.
E nessa transpiração de regozijo,
vale a máxima da autonomia,
retirando a umidade do esconderijo,
fazendo, com isso, suar poesia.
Pelos sinais nos poros da pele,
um veio d’água vira verso,
deixando que a ode revele,
um encharcado horizonte emerso.
E, no trocadilho da exsudação,
a marca temperatural extenua,
arredando do verbalizar da indicação:
- Sua, poesia! Poesia, sua!