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Carlos Lucena

A ORVEDOSE DA CRUZ

A OVERDOSE DA CRUZ

Meus ídolos 
Não morreram de overdose
Meus ídolos
Morreram de fome
Eles não tinham nome
Nem eram famosos
Nem pop estar
Eram todos loucos
E viviam escondidos
Algemados
Encerrados
Esquecidos
A droga não era
Seus algozes
Quem lhes metiam medo tinham borboletinhas nos pescoços
Mas eram ferozes
Suas gravatas ou suas túnicas
Davam a ideia
E delas saiam canhões
Em decretos, leis ou manifestos.
Eles podiam calar as canções
Eles podiam calar tudo
Mas não podiam apagar a luz.
Meu maior ídolo 
Morreu anestesiado
Mas Ele ainda disse: \" se possível afasta de mim esse cálice... Mas se é por tua causa, que essa angústia não passe\"...
Rasgou-se o véu da luz...E a overdose do meu Ídolo foi a cruz.