Quando uma doce e suave claridade
alcançar-te o átrio do peito
e orvalhar um salmo da manhã
em teus olhos
E os teus olhos com novo brilho
compreenderem
que o esplêndido das aves
e seu idioma de asas ritmadas
atende somente
ao cântico dos anjos
Saberás enfim, o que é ternura
E então terás razão diante às gravidades
que te assolam o peito
...Mas, a esta altura
todas as tuas crenças
já estarão revisitadas
Assim, quererás para ti
a memória infinita das pedras
e a sonância zelosa das estrelas
Uma mansidão te embriagará a alma
e nenhuma noite mais te será fria.
Lucy Mara Mansanaris /fev de 2020
imagem: INDPNDT PHOTOART DE