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Filipe Miguel Baptista Pires

Salvaste-me do abismo.

Em tempos fui um alcoólico

Não andava muito católico

Só fazia disparates

E andava nos engates

 

Percorri Portugal de lés a lés

Para ver se me distraía

Mas tinha de contar até dez

Para perceber por onde ia

 

Só pensava no copo de vinho

Que bebera em Vieira do Minho

E não me esqueço do Algarve

Quando bebi que nem um alarve

 

Dei por mim todo dormente

E a pensar constantemente

Naquela situação

Já que nem no verão

Dava ao copo uma folga

Só o que me empolga 

É pensar no vinho

 

Descuidei o ninho

Que estava por um fio

E o meu mundo

Que já estava no fundo

Não podia arrastar

Aqueles que deveria amar

 

Com a tua ajuda

Curei esta dor aguda

Que consumia toda a energia

De noite e de dia

 

Sou uma nova pessoa

E grito até que a voz me doa

Salvaste-me do abismo

Resgataste-me do sismo

Puxaste-me das lamas

E tiraste-me das chamas