Nelson de Medeiros

MAGIA

MAGIA
 
Sempre que a  vejo assim qual escultura,

Burilada de ouro e de marfim,

Fico a pensar se tanta formosura

Não é obra da mente ou coisa assim...
 


Não sei dizer se aquela criatura

É fado bom que temo tenha fim,

Ou se é fruto de cândida loucura

Nascida da ilusão que vive em mim!
 


Se é fantasia juro que eu não sei...

Só sei que foi a Musa que eu versei

Nesta lira que beira à idolatria!
 


Mas, que importa se foi sonho somente,

Se quando a tenho comigo presente

Minha alma vive na sua magia!

Nelson de Medeiros.