MAGIA
Sempre que a vejo assim qual escultura,
Burilada de ouro e de marfim,
Fico a pensar se tanta formosura
Não é obra da mente ou coisa assim...
Não sei dizer se aquela criatura
É fado bom que temo tenha fim,
Ou se é fruto de cândida loucura
Nascida da ilusão que vive em mim!
Se é fantasia juro que eu não sei...
Só sei que foi a Musa que eu versei
Nesta lira que beira à idolatria!
Mas, que importa se foi sonho somente,
Se quando a tenho comigo presente
Minha alma vive na sua magia!
Nelson de Medeiros.