E assim que termina a novidade
O brinquedo se torna relíquia
Diminui a curiosidade
Enchem-se as mãos de dedos
Vestem-se de luvas de pelica
E intimida, e melindra Sade
A coisa vira cuidado
O instinto se esfria
Não cabe mais a fantasia
Fica justo e apertado
O amor diz com licença, por favor
Se preocupa com as aparências
Pede desculpas, diz obrigado
Já não é tão mal-educado
Uma mudez de reticências
Mesmo que todos os dias
Sejam iguais
Como é que pode se dizer
Não, não é como se faz
Aliás, é o estranho que se vê
O egoísmo compartilhado
O primeiro eu depois você
De sangue quente a sangue frio
É melhor deixar o relicário vazio
Para o antigamente amanhecer...