A minha mãe sentou-se no jardim
E depois disse assim
Que bem que estou sentada
Depois de uma manhã atarefada.
Pegou nas palavras cruzadas
E fazendo uso da sua cultura
Sem nunca parecer ousada
Respondeu sempre à altura.
Em menos de nada fez o caderno
Tão rica em conhecimento
Do antigo ao moderno
Responde a tudo no momento.
Depois vai beber o seu café
Passa as notícias a pente fino
Para tudo dar fé
Até à hora do sino.
Depois telefona às amigas
Para saber como estão
Ajuda a curar as suas feridas
Falando-lhes ao coração.
Elegante, inteligente e meiga
É assim a minha mãe
Coração de manteiga
Como ela não há ninguém.
Consciente, realista e moderna
Sempre à frente do seu tempo
Não é fácil passarem-lhe a perna
Vive a vida a cada momento.
Filipe Pires