Filipe Miguel Baptista Pires

É assim a minha mãe.

A minha mãe sentou-se no jardim

E depois disse assim

Que bem que estou sentada

Depois de uma manhã atarefada.

 

Pegou nas palavras cruzadas

E fazendo uso da sua cultura

Sem nunca parecer ousada

Respondeu sempre à altura.

 

Em menos de nada fez o caderno

Tão rica em conhecimento

Do antigo ao moderno

Responde a tudo no momento.

 

Depois vai beber o seu café

Passa as notícias a pente fino

Para tudo dar fé

Até à hora do sino.

 

Depois telefona às amigas

Para saber como estão

Ajuda a curar as suas feridas

Falando-lhes ao coração.

 

Elegante, inteligente e meiga

É assim a minha mãe

Coração de manteiga

Como ela não há ninguém.

 

Consciente, realista e moderna

Sempre à frente do seu tempo

Não é fácil passarem-lhe a perna

Vive a vida a cada momento.

 

Filipe Pires