Herdeiro do que se abre após os olhos
Haverá dele tanto a se aprender
Quer sob profundezas, quer sobre abrolhos
Permita-se, vida, nele conter
Assinta que te apanhe pelo peito
e lavre os anos à procura do eu
Enfim ter-se-á pouco mais afeito
ao sentido que a si devolveu
Ele, que não cabe, que dá em nada
Dá-se a tudo sem ônus de valê-lo
e a qualquer um, oferta a própria estrada
Nela, finda frente ao evo, há de sê-lo
Quisera Ícaro haver-te sob a asa:
Nunca, amor, perdes o rumo de casa.