Henking

SONETO AO ALTÍSSIMO

Herdeiro do que se abre após os olhos

Haverá dele tanto a se aprender

Quer sob profundezas, quer sobre abrolhos

Permita-se, vida, nele conter

 

Assinta que te apanhe pelo peito

e lavre os anos à procura do eu

Enfim ter-se-á pouco mais afeito

ao sentido que a si devolveu

 

Ele, que não cabe, que dá em nada

Dá-se a tudo sem ônus de valê-lo

e a qualquer um, oferta a própria estrada

 

Nela, finda frente ao evo, há de sê-lo

Quisera Ícaro haver-te sob a asa:

Nunca, amor, perdes o rumo de casa.