DAN GUSTAVO

A PILHA DE JORNAIS

Olhai aquela pilha de velhos jornais...
Empilhando o que já foram notícias\'quentinhas\', 
\'Mornas\' e dadas da forma mais fria!
Agora tudo é só uma pilha de jornais...
Com notícias velhas e passadas, boas e más, desimportantes...
Tanto faz!
Não importando mais \'quem fez\', o que tais páginas diziam sobre...
Sobre o que ou quem falavam, o que recomendavam, quem recomendavam
Ou \'promoviam\'...!
Jornais que se empilham, se joga, se pisa, escarra
Ou animais defecam em cima também não importando se traziam imagens
De Deborah Secco ou de sua santidade, o Papa!
Agora numa só pilha formando todo um lixo, se resumiriam!
Uma guerra que se deu sei lá onde, sei lá quem venceu!
Uma briga de vizinhos sei lá quem começou... sei lá quem cedeu!
Velhas e novas ditaduras, doenças, curas, torturas, prisões, solturas...!
A velha política, novos ricos, um admirável mundo, algum Raimundo morto 
Em alguma grande explosão numa notícia \'bombástica\' ou só sensacionalista!
Uma greve que ainda não acabou, uma crise de alguma celebridade,
Uma linda modelo agora uma senhora de idade e ainda mais linda...!
Alguém que morreu e \'se tornou bom\'!
Tudo isso jaz naquela pilha de velhos jornais,
Reunidos por velhos avós e pais sem que me avisassem ou \'noticiassem\'!
Servirão de abrigo e colchões para animais e insetos ou até seres humanos
Abaixo da linha da pobreza e dessas páginas sociais!
Mas essa pilha de velhos jornais podem conter notícias novas para mim
Se eu não tomar cuidado em olhar a data, a manchete, a capa...
Mas esse jornal novo também parece cheio de \'notícias velhas\'!
Jornais que conseguem capturar \'romantismo\' de uma violação
E banalizar o nascimento de um rebento dependendo de quem ele for...!
Assim como para aquelas páginas nada significa o nascer de uma flor!
Nessas páginas muitas das vezes o mal vence e muito vende
Apesar de eu ver alguns de meus heróis ainda vivos ali!
Mas agora tudo é lixo, \'marrom\' seja qual for a cor da sua imprensa, prensa, impressão!
\'Não têm mais cor\' depois que a chuva molhou, tudo que estava escrito se borrou,
Toda aquela pilha se rasgou e o mundo acabou!
Aquele escândalo agora tão silencioso, um exército infantil que possa surgir
Usando o jornal que sobrou como \'chapéu\'!
Vejo uma vaga de emprego(que ainda pode estar valendo!).
Ele ainda pode servir para embrulho, assento...
Para fazermos \'marias-chocas\' como fazíamos com a minha avózinha!
Para uma \'carta anônima\' de algum terrorista ou para a poesia
Se também recortarmos para remontá-lo num texto dadaísta!
Partidas de futebol e programas de televisão que perdi,
Mas que agora assisto com o \'slowmotion\' desse folhear!
Programas e grandes shows formados por uma plateia também silenciosa e estática!
Todo um sangue que me parece \'suculento\' e essas cabeças cortadas
Ao lado dessas bundas sorridentes em alguma praia também estiradas!
Notícias falsas ou \'fake\' que eu acredito e fatos que eu duvido
Ou não quero acreditar!
Mas agora é tudo passado, consumado, pisado ou passado por cima para se \'encobrir\'...!
Tudo é passado até no jornal de amanhã tudo isso se repetir!      

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