Ema Machado

Não há trégua...

 

 

Tantas batalhas, almas marcadas

Cactos ferem, vazio, nunca é cheio de nada

É repleto de fome, de medo, de asas

O olhar ficou perdido, lágrimas cristalizadas

Onde foi, quando acabou a guerra?

Há melancolia estirada nas calçadas

Nas vielas que se tornaram moradas

A ilusão, é comprada

Troca-se o pão, pelo momento

Pela viagem imaginária

Pela fumaça que mata, pela ardência da água

A humanidade vai perdendo batalhas

Há bichos que se alimentam de lixo

Outros de mendicância, das sobras diárias

E ainda dizem, que há uma trégua...

A morte é faminta e sórdida

Só muda de cara...

Ema Machado...