Italo Santos

Yierushalayim

No deitar de amorosos olhos

Sorriu e aceitou a criação sua

De harmônica beleza, um quadro mais

Anelou e a brincar deleitar-se ia:

 

– A pincelar!

 

Gloriosa como lua sobre noite,

Com seus muros de Santa Cidade,

Resplandecia luminosa sobre mundos

De vitalidade escurecida e suave.

 

Há muito distantes dois corações

Em sincronia triunfantes ingressam

Pela porta de milenares encantos

Jovens entre cantos de oriente.

 

“Pelos dédalos do jardim caminhemos

sobre pedras de ruas universais;

A original beleza inspirar

da brisa nua que enfim nos beija!”

 

Pronto à sua esquerda se dispõe

Tão temeroso e pleno de afeto.

“Desgosta-me que à esquerda ponham-se.

Amado, vem! À minha destra quero-te!”

 

À troca de risonhosos afetos

Entretidos e ternos entreolham-se

Do eterno jardim peregrinos,

aquecidos de corporal sintonia.

 

Dos naturais contrastes beleza surge,

Somente à razão os harmonizais:

“Por que à direita andar o mancebo

quando pincelais com cores vivas?

 

– Ó Criador, explicai-nos!”

 

Duas vidas em comunhão se elevam

e completam da natureza o acorde;

À esquerda a jovem sempre pulsou

e de seu amor eterno toma posse!