No deitar de amorosos olhos
Sorriu e aceitou a criação sua
De harmônica beleza, um quadro mais
Anelou e a brincar deleitar-se ia:
– A pincelar!
Gloriosa como lua sobre noite,
Com seus muros de Santa Cidade,
Resplandecia luminosa sobre mundos
De vitalidade escurecida e suave.
Há muito distantes dois corações
Em sincronia triunfantes ingressam
Pela porta de milenares encantos
Jovens entre cantos de oriente.
“Pelos dédalos do jardim caminhemos
sobre pedras de ruas universais;
A original beleza inspirar
da brisa nua que enfim nos beija!”
Pronto à sua esquerda se dispõe
Tão temeroso e pleno de afeto.
“Desgosta-me que à esquerda ponham-se.
Amado, vem! À minha destra quero-te!”
À troca de risonhosos afetos
Entretidos e ternos entreolham-se
Do eterno jardim peregrinos,
aquecidos de corporal sintonia.
Dos naturais contrastes beleza surge,
Somente à razão os harmonizais:
“Por que à direita andar o mancebo
quando pincelais com cores vivas?
– Ó Criador, explicai-nos!”
Duas vidas em comunhão se elevam
e completam da natureza o acorde;
À esquerda a jovem sempre pulsou
e de seu amor eterno toma posse!