As nuvens eram brancas e desciam do céu
ao encontro das minhas mãos.
Tinham formato de estrelas,
muitas estrelas brancas descendo, descendo
e aproximando sua volatilidade de mim.
Estavam penduradas, descobri depois.
Não eram etéricas e sim palpáveis pela minha veste humana.
Sublimaram-se em prata.
Agarrei duas e as escondi em meu vestido translúcido,
então corri e corri para protegê-las.
De quem eu fugia?
Dos meus próprios pensamentos,
percebi no caminho.
Era inútil correr, porque sempre retornava ao mesmo lugar
para sentir a culpa de furtar as estrelas caídas do céu.
Ninguém me via… Por que o medo?
Tudo isto
… tudo isto era porque eu mesma me observava.