INTUIÇÃO
Eu não posso dizer que te conheço,
Pois teu traço só na cópia existe;
Mas, meu instinto me assevera e insiste,
Que és lembrança d! um vetusto apreço!
Diz-me também que ver-te não mereço,
Embora o livre arbítrio que me assiste;
Porém, no fundo a razão resiste,
E deixa, assim, meu coração opresso!
Por isso, ficarei só no desejo
D!um abraço, d!um olhar e d!um beijo
Deste amor que do berço eu já trazia!
Mas, se intuição não nutre a verdade,
Com certeza me assegura a saudade,
Que a minh! alma a tua já conhece !
Nelson de Medeiros