Mundo que se desgasta em guerra, observava sua órbita e quis ver suas estrelas...
Mergulho no seu chão!
Das suas entranhas sorvo a seiva que amamenta minhas constelações
Sua identidade mostra-me o seu olhar ainda brilhante, azul, que espelha uma tristeza nua, um semblante fugidio que se disfarça em aridez, tempestade, temporais e ressacas...
Seu olhar revela a mágoa e a esperança caminhando de mãos dadas na secura do seu chão revoltoso, castigado, sob raios cálidos caídos das feridas do manto celeste desse céu roto...
Traz na sua aura, no seu perispírito atmosférico, a egrégora que lhe entorpece e camufla sua essência em nódoa turbulenta e obscura...
No entanto, inocente e caridoso, cumpre na sua trajetória o papel de lar estelar, corpo celeste que acolhe no pó da sua terra nosso ânimo em mistura de sal, poeira e saliva a modelar destinos na eternidade...
E é na nebulosidade das suas centelhas, primatas civilizados, que, ao ignorarem o próprio brilho, lançam raios soturnos a lhe envolver...
Mas há o que nos traz uma motivação na contemplação de um sonho, que nos faz vibrar confiantes no futuro triunfante da paz... É um mistério que ilumina a humanidade...
E entre mágoa e esperança seguimos claudicantes querendo amar sem regar a flor...
E o horizonte clamando luz...
E o mar suspirando compaixão, enquanto pássaros ainda voam ...
E a maldade esquecendo o coração...
E a cegueira esquecendo a visão...