DESDE O ÉDEM
\"Porque tive fome, me deste de comer
Porque tive sede, me deste de beber;
Era estrangeiro, e tu me hospedaste
Estava nu, de folhas me agasalhaste\"
Do teu pó geraste meus ancestrais
Lhes destes cavernas nos temporais
Sementes e folhas, nozes e frutas
Fontes de águas, outrora impolutas
Tens recursos mais que o necessário
Pra que não se viva de modo precário
Matérias-primas, exploração geral
Suprem o homem do que é essencial
Desde o Édem cito nas Escrituras
Vemos jardins com tanta formosura
Aludindo ao amor, bem estar e prazer
Que parece aqui um bom Lar pra viver
Quanto descarte inadequado do lixo
A caça ilegal e desumana dos bichos
O crime das queimas e desmatamento
Provas de almas sem sentimentos
Triste é lembrar nesta mesma poesia
Ações de maldade da nossa covardia
Seremos mesmo de Deus a imagem
Pra tanto pecado fazer com coragem?