Nem mesmo o olhar...
Há sempre uma lembrança
Quando certas cenas, deixam-nos pela metade...
O tempo se vai, a saudade surge, invade
Ao pensamento atrai, sai da realidade...
Perdi-me de ti
Meu mundo não é aqui...
Ao mergulhar em teus olhos
Desfiz-me do lado lago
Tornei-me rio, transpondo serras
Vales e florestas, por seus afagos
Antes de ti, o deserto habitava em mim
Trouxeste harmonia, luz para dias nublados
Como tudo se acaba
Se foi...
Pequei, fui Eva, pago minhas contas
Onde estás, aquém, de minhas vontades
E, são tantas...
Olho estrelas, hoje, tornei-me poeira
Permito-me apenas, o devaneio...
Qual rio segue, no mar deságua
Qual eflúvios, que com o tempo exala
Qual silêncio, a perder o sentido com a fala
Somos nós, perdidos no tempo, sem trégua
Sem nada
Até mesmo o olhar de ontem
Ao de hoje, não se iguala...
Ema Machado